Ataques Front-Running em DeFi: o que são e como evitar?

As finanças descentralizadas (DeFi) transformaram a forma como negociamos e interagimos com ativos digitais. Contudo, a transparência que garante eficiência e descentralização também abre portas para vulnerabilidades.

Entre elas, um dos problemas mais críticos são os ataques front-running, capazes de prejudicar usuários e comprometer a confiança em protocolos.

Neste artigo, você vai entender o que é front-running, como ele funciona na blockchain, seus diferentes tipos, impactos no ecossistema DeFi e, principalmente, as medidas que podem reduzir esses riscos.

O que são Ataques Front-Running?

O front-running é uma prática desonesta que se refere ao ato de um participante do mercado executar transações com base na informação privilegiada de ordens pendentes de outros usuários.

Em mercados financeiros tradicionais, isso é considerado ilegal e antiético, mas no ambiente blockchain, essa prática ganhou novas dimensões.

Para entender melhor essa prática, é crucial explorar como funciona o front-running no contexto das transações em blockchain.

Como funciona o Front-Running no blockchain?

O fluxo de um ataque front-running segue este padrão:

  1. Identificação de transação-alvo: o invasor monitora o mempool e detecta uma ordem relevante.
  2. Inserção estratégica: ele envia sua própria transação com taxas de gás maiores para garantir prioridade.
  3. Exploração da vítima: a transação legítima é processada depois, alterando o preço do ativo.
  4. Lucro com revenda: o atacante vende o ativo no novo preço, lucrando às custas do usuário prejudicado.

Exemplo Prático de Front-Running

Para entender como funcionam os ataques de front-running no mercado de criptomoedas, considere a seguinte situação:

Um investidor chamado Alice deseja comprar 1.000 tokens de uma criptomoeda a um preço de $10 cada. Antes que a transação de Alice seja confirmada na blockchain, um minerador ou validador que monitora o mempool (área onde as transações aguardam validação) percebe a solicitação de compra.

O minerador, então, decide fazer o próprio pedido de compra para os mesmos tokens, oferecendo uma taxa de gás mais alta para priorizar sua transação. Como resultado, a transação do minerador é processada antes da de Alice. Ele consegue adquirir os tokens por $10 cada.

Assim que a ordem de compra de Alice é executada, o preço dos tokens sobe para $12 devido ao aumento de demanda causado pelo volume da transação. O minerador, aproveitando a alta, vende os tokens adquiridos a $12 cada, obtendo um lucro de $2 por token.

Enquanto isso, Alice acaba pagando mais caro pelos tokens, sendo forçada a comprá-los a um preço inflacionado.

Tipos de ataques Front-Running

Existem diferentes estratégias que os atacantes utilizam para realizar front-running, e compreender essas estratégias é fundamental para se preparar e se proteger contra tais práticas.

Ataques de Sanduíche

Os ataques sanduíche são uma das formas mais comuns de front-running. Nessa abordagem, o atacante coloca uma ordem de compra antes de uma ordem grande e, em seguida, vende imediatamente após a execução da transação original, lucrando com a diferença de preço.

A eficácia desse ataque depende da identificação de ordens substanciais no mempool que possam gerar uma movimentação significativa.

Ataques de Substituição

Outra forma de ataque é a substituição, onde o atacante envia diversas transações com taxas de gás mais altas para atrasar ou “deslocar” uma ordem legítima.

Ao fazer isso, o atacante garante que sua própria transação seja processada primeiro, prejudicando a transação da vítima e assegurando vantagem competitiva.

Ataques de Inserção

Os ataques de inserção envolvem a execução de uma transação antes e depois da transação da vítima, manipulando a ordem das operações para o benefício do invasor.

Esta técnica é mais complexa e requer um bom entendimento do funcionamento da blockchain para ser implementada com sucesso.

Outras formas de ataque

Além das formas de ataque já mencionadas, existem outros métodos menos comuns, mas igualmente prejudiciais, tais como:

  • Ataques de Reorganização: Esses ataques ocorrem quando um minerador ou validador alimenta uma versão da blockchain onde suas próprias transações são incluídas antes de outras, manipulando assim quais transações são reconhecidas como válidas.
  • Ataques de Flash Loan: Este tipo de ataque envolve o uso de empréstimos instantâneos, onde um atacante empresta grandes quantidades de criptoativos sem garantias, realiza operações que alteram os preços e, em seguida, reverte as transações antes do término do empréstimo. Isso permite ao criminoso influenciar o preço de um ativo no mercado sem efetivamente investir capital.

Impactos e riscos do Front-Running em DeFi

Os usuários podem acabar pagando preços inflacionados por ativos devido à ação de atacantes front-runners que se aproveitam das transações em mempool. Isso resulta em:

  • Elevação dos preços das transações para os usuários legítimos: Muitas vezes, eles acabam pagando muito mais do que o preço deveria ser devido à ação dos front-runners.
  • Redução da confiança geral em plataformas descentralizadas: À medida que mais ataques ocorrem, a percepção de segurança diminui, levando investidores a se afastarem dessas plataformas.
  • Aumento da volatilidade do mercado: Os ataques front-running geram oscilações abruptas nos preços, tornando os ativos menos estáveis e mais complexos de negociar.

As consequências dessas ações são devastadoras para novos investidores e para o crescimento sustentável do ecossistema DeFi.

Como evitar ataques Front-Running?

A prevenção contra ataques front-running é fundamental tanto para plataformas quanto para usuários. Existem diversas abordagens que podem ser adotadas para mitigar os riscos associados a essas práticas desonestas.

Medidas de proteção para plataformas

As plataformas DeFi têm um papel crucial na mitigação de ataques front-running. Elas podem implementar várias estratégias, como:

  • Mecanismos de Correspondência de Ordens: Essas soluções priorizam a ordem de recebimento em vez da maior taxa de gás, fazendo com que o front-running seja menos eficaz.
  • Esquemas de Encriptação: Utilizar tecnologia de criptografia para esconder detalhes de transações até que sejam confirmadas, dificultando o trabalho dos atacantes.
  • Transações Privadas: Adoção de pools de transação privados que ocultam detalhes da transação até a confirmação.

Boas práticas para usuários

Os usuários também podem tomar medidas para se proteger contra front-running. Algumas recomendações incluem:

  • Ajustar Tolerância ao Slippage: Os usuários podem minimizar as chances de que suas ordens sejam exploradas por front-runners ajustando a tolerância ao slippage.
  • Dividir Pedidos em Menores: Partindo grandes ordens em transações menores, os usuários dificultam o trabalho dos front-runners, que podem não identificar transações menores com facilidade.
  • Escolher DEXs Antifront-running: Optar por trocas descentralizadas que implementam mecanismos de proteção específicos contra ataques, como pools de transações privadas.

Ferramentas de monitoramento

Outra maneira de se proteger é utilizar ferramentas de monitoramento que ajudam a rastrear atividades no mempool.

Algumas plataformas oferecem serviços para alertar usuários sobre transações suspeitas ou indícios de front-running. Isso pode permitir que os usuários ajustem suas estratégias de negociação em tempo real para minimizar riscos.

O futuro dos ataques Front-Running

Com a expansão do DeFi, é improvável que o front-running desapareça. No entanto, novas soluções estão surgindo:

  • Rollups e transações off-chain diminuem a exposição pública de ordens.
  • Protocolos fair-ordering buscam garantir execução justa.
  • Regulação cripto pode impor maior transparência e punir práticas abusivas.

Assim, o combate ao front-running será uma corrida constante entre atacantes e desenvolvedores, moldando o futuro da segurança no DeFi.

Invista em criptomoedas com segurança

Os ataques front-running mostram que o DeFi é promissor, mas também arriscado. A chave é combinar conhecimento técnico, boas práticas de negociação e o uso de plataformas seguras.

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