ETF de Bitcoin: O que esperar do BTC após aprovação dos ETFs?

Após a Securities and Exchange Comission (SEC) aprovar 11 fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista no dia 10 de janeiro de 2024, o primeiro questionamento que surge no público de cripto é: “E agora? O que vai acontecer?”. 

Nesse artigo explicamos tudo o que você precisa saber sobre os ETFs e o que esperar do Bitcoin para o futuro.

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O que são ETFs à vista (Spot)?

ETFs à vista são fundos negociados em bolsa que investem diretamente em ativos financeiros, neste caso, o Bitcoin. 

Diferentemente dos ETFs existentes que investem em contratos futuros ou outros derivativos, os ETFs à vista oferecem aos investidores a exposição direta ao preço atual do Bitcoin, tornando-se uma forma mais direta de investir em criptomoedas através do mercado tradicional.

ETFs no Brasil

No início de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) marcou um avanço significativo ao aprovar o primeiro ETF de criptomoedas do país, o HASH11. Esse fundo junta várias criptomoedas e é operado pela Hashdex, que também teve um ETF aprovado nos EUA. Ainda no mesmo ano, o QBTC11, criado pela QR Asset, chegou ao mercado como o primeiro ETF de Bitcoin do Brasil. 

A CVM chamou atenção ao permitir ETFs que misturam vários criptoativos, como Bitcoin, Ether e outras moedas digitais, e também ao dar o sinal verde para ETFs que seguem o preço atual do Ether.

Em contraste com o Brasil, os Estados Unidos, por meio da SEC, adotaram uma postura mais conservadora. Até o momento, a SEC limitou suas aprovações a ETFs focados em uma única criptomoeda, sem aprovar os ETFs mistos que permitem a diversificação entre diferentes tipos de ativos digitais.

Embora o Brasil esteja à frente nos ETFs de cripto, espera-se que as aprovações nos EUA causem um impacto mais significativo no mercado global, refletindo o amadurecimento do setor.

ETFs nos EUA

Após meses de espera, vários pedidos negados pela SEC e a sua conta do Twitter hackeada,  os ETFs à vista de Bitcoin finalmente receberam aprovação. Agora, as  criptomoedas estão presentes em Wall Street! 

Com a aprovação dos ETFs de Bitcoin, o BTC agora faz parte do mercado tradicional estando disponível para negociação na bolsa americana. Isso marca um momento importante, abrindo caminho para um novo público no mercado de criptomoedas, com suas próprias características e formas de pensar. 

Esse novo público, conhecido como “suits” pelos veteranos do mundo cripto chamados de “degens”, simboliza os investidores institucionais, que podem agora investir em criptomoedas de maneira semelhante à compra de ações, diretamente através da bolsa.

Para atrair esses investidores, os emissores dos ETFs de Bitcoin travaram uma batalha intensa para reduzir as taxas de administração ao mínimo, chegando a zerar essas taxas em alguns casos.

Essa guerra de taxas mais baixas pode ter imposto dificuldades para gestoras menores entrarem nesse mercado. No entanto, a competição acabou sendo benéfica para os investidores, que se tornaram os principais ganhadores dessa disputa, aproveitando a redução nas taxas de administração.

Mas por que eles não compram cripto diretamente?

Tudo é questão de perfil e objetivos, esses investidores preferem os ETFs por alguns fatores como:

  • Facilidade de Acesso: Negociáveis em bolsas tradicionais, os ETFs permitem usar contas de corretagem já existentes para compra e venda.
  • Simplicidade e Conveniência: O investimento em ETFs de criptomoedas dispensa a preocupação com custódia, tornando o processo mais simples, ideal para quem não está por dentro da tecnologia blockchain.
  • Credibilidade: A regulamentação e gestão por instituições financeiras tradicionais conferem aos ETFs uma credibilidade adicional.
  • Regulação Rigorosa: ETFs de criptomoedas seguem normas rigorosas de órgãos reguladores, garantindo segurança e confiabilidade para investidores.

Porém,  tudo é uma balança! 

Ao optar por ETFs em vez da compra direta, os investidores renunciam a:

  • Controle Total: Com a compra direta, você tem posse e controle total sobre seus ativos digitais, oferecendo liberdade para transferir, gastar ou armazenar como preferir.
  • Menos Taxas: Comprar diretamente evita taxas de gestão associadas aos ETFs, embora ainda possa haver custos de transação e taxas de rede.
  • Acesso a Mais Opções: A compra direta abre um leque maior de criptoativos, incluindo projetos emergentes e moedas alternativas (altcoins).
  • Potencial de Maior Retorno:  A compra direta pode oferecer retornos significativos pela seleção de ativos com alto potencial de valorização.
  • Participação no Ecossistema: A posse direta de criptomoedas permite participar ativamente no ecossistema cripto, como staking, yield farming e outras atividades de finanças descentralizadas (DeFi) que podem gerar renda adicional.
  • Transações Rápidas e Eficientes: A compra direta facilita transações imediatas dentro do ecossistema cripto, o que pode ser vantajoso para aproveitar oportunidades de mercado ou para uso em aplicações de DeFi.
  • Mercado 24/7: O mercado de criptomoedas opera sem parar, oferecendo flexibilidade para negociar a qualquer hora, diferente do mercado de ações.

O que esperar?

Assim como o ouro, o Bitcoin é visto como uma reserva de valor devido ao seu fornecimento finito e a dificuldades similares de mineração. Com os ETFs, o Bitcoin solidifica sua posição no mercado financeiro global, rivalizando com o ouro, que lidera o segmento de commodities com $96 bilhões sob gestão. 

Com $34 bilhões sob gestão, os ETFs de Bitcoin já superam outras commodities, colocando o Bitcoin como a segunda maior classe de ativos em termos de ativos sob gestão de ETFs de commodities.  O ouro mantém sua posição como líder absoluto com $96 bilhões sob seus ETFs. Será que o outro digital vai ultrapassar o ouro tradicional?

Com a aprovação dos ETFs, uma nova leva de investidores está começando a explorar o mercado de cripto, que antes parecia distante. Para uma melhor compreensão do futuro, é importante lembrar da regra de ouro da economia: oferta e demanda. O Bitcoin tem um limite máximo de 21 milhões de moedas, e já estamos vendo cerca de 19,6 milhões delas em circulação. Isso nos mostra que o Bitcoin tem uma oferta limitada. 

Por outro lado, a demanda, que já vinha crescendo ano após ano, está prestes a aumentar ainda mais com a chegada dos ETFs. Diante desse cenário, a matemática é clara: com uma oferta fixa e uma demanda em ascensão, o preço do Bitcoin tende a subir. Assim, o cenário atual sugere que o potencial do Bitcoin a longo prazo, diante dessa pressão de demanda, é maior do que nunca.

Recentemente, os ETFs demonstraram sua força no mercado com um evento marcante: a conversão do Grayscale Bitcoin Trust (fundo não negociado em bolsa) em um ETF no dia 11 de janeiro, graças à aprovação da SEC. Essa mudança permitiu que os investidores convertessem e resgatassem suas ações diretamente em Bitcoin, eliminando a necessidade anterior de vender ações no mercado secundário para fechar posições. 

Essa prática limitava tanto a liquidez quanto a flexibilidade dos investimentos. Apesar de a transição ter provocado inicialmente uma saída expressiva de capital, impactando negativamente os preços do BTC, essa fase já foi superada.

Com o tempo, a redução na saída de capital marcou o início de um período de recuperação e grande valorização. Esse movimento evidenciou a adaptação do mercado às novas opções de investimento proporcionadas pelos ETFs, além do otimismo gerado pelo Halving que acontecerá nos próximos meses.

Conclusão

A consolidação do Bitcoin como um produto de investimento por meio dos ETFs sinaliza um futuro promissor, potencialmente atraindo novos investidores, aumentando a liquidez do mercado e legitimando ainda mais o Bitcoin como um ativo de investimento valioso. 

Esta evolução não apenas transforma a percepção do Bitcoin de uma inovação tecnológica para um investimento viável, mas também destaca seu potencial de valorização a longo prazo diante da pressão crescente da demanda.