Como o IOF atua no mercado cripto? Saiba os tributos

Com o crescimento do mercado de criptomoedas e o avanço da regulamentação no Brasil, muitas dúvidas surgem sobre a tributação nas operações com criptoativos. Entre elas, surge uma pergunta comum entre investidores: o IOF incide sobre operações com criptomoedas?

A resposta depende do tipo de transação realizada. Neste artigo, vamos esclarecer de forma objetiva o que é IOF, quando o IOF se aplica, quais operações estão isentas e como planejar suas movimentações de forma mais eficiente.

O que é IOF e por que ele afeta o mercado cripto?

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal aplicado sobre diversas operações financeiras, incluindo câmbio, crédito, seguros e títulos. 

No contexto cripto, o IOF entra em cena principalmente quando há conversão de moeda, como o envio de reais para corretoras estrangeiras ou o uso de cartões internacionais.

Desde o Decreto nº 11.732/2023, em vigor desde 22 de maio de 2025, a alíquota do IOF foi unificada em 3,5% para operações de câmbio, impactando diretamente quem utiliza plataformas internacionais para adquirir ativos digitais.

Saiba tudo sobre o IOF e como impacta o mercado financeiro.

Quando o IOF incide sobre criptomoedas?

A incidência do IOF depende da natureza da operação, confira abaixo quando o IOF incide sobre as transações com criptomoedas:

Operações isentas de IOF:

  • Compra de criptomoedas com reais em corretoras nacionais: isentas de IOF por não envolverem câmbio.
  • Conversão direta de reais para cripto em plataformas locais, como o Bitybank: além de evitar o IOF, oferece praticidade e suporte em português.

Transações sujeitas ao IOF:

  • Envio de valores para exchanges no exterior: tributados com alíquota de 3,5% por envolver câmbio.
  • Compra com cartão internacional: sujeita a IOF de 6,38%.
  • Conversão de moeda estrangeira para stablecoins (como USDT e USDC): IOF de 1,1%.

Segundo matéria do TradingView, a unificação da alíquota trouxe previsibilidade, mas também aumentou o custo de transações internacionais, reforçando a importância do planejamento tributário.

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Qual a posição da Receita Federal sobre o IOF em cripto?

Apesar das atualizações recentes, a Receita Federal ainda não criou normas específicas sobre o IOF para criptoativos. Contudo, como os ativos digitais são tratados como bens ou ativos financeiros, e não como moeda, as regras seguem a lógica da legislação cambial.

Ou seja, sempre que houver movimentação financeira internacional, o IOF pode ser cobrado. Isso vale para remessas ao exterior, uso de cartões internacionais e conversões de moeda estrangeira.

De acordo com a Exame, “a unificação da alíquota torna o IOF mais previsível, mas também mais oneroso para transações internacionais envolvendo câmbio”.

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Como o IOF impacta a compra e venda de criptomoedas?

A diferença entre comprar e vender criptomoedas em plataformas nacionais ou internacionais pode afetar diretamente o IOF. Confira abaixo:

1. Uso de cartão de crédito internacional para comprar cripto

Quando o investidor usa um cartão de crédito para comprar criptomoedas em plataformas estrangeiras, essa transação é considerada operação de câmbio, o que torna a operação sujeita ao IOF (geralmente com alíquota de 6,38%).

Isso pode impactar significativamente o custo da operação, principalmente em compras recorrentes ou de valores elevados.

2. Conversão automática de moeda via plataformas internacionais

Algumas exchanges internacionais convertem automaticamente o valor pago em reais para dólares (ou outra moeda), sem que o usuário perceba que está realizando uma operação de câmbio, que também é tributada com IOF.

O investidor pode acreditar que está fazendo uma transação nacional, quando, na prática, está sujeito ao imposto.

3. Envio de valores via stablecoins para fora do Brasil

Quando o usuário compra stablecoins em reais e transfere para carteiras estrangeiras ou utiliza para pagar empresas fora do Brasil, pode haver incidência de IOF, dependendo da estrutura da operação e da intermediação de câmbio.

A estrutura jurídica e operacional da transação influencia diretamente a obrigatoriedade de recolhimento do imposto.

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4. Transferências entre contas internacionais

Enviar cripto de uma carteira em uma exchange brasileira para uma conta em uma exchange internacional, mesmo sem conversão direta de moeda, pode gerar IOF se envolver serviços de câmbio ou envio de recursos entre países.

Para simplificar essas movimentações no exterior, o Bitybank conta com soluções como o Bity Payments, que permitem usar stablecoins para pagamentos e transferências internacionais com liquidação instantânea, sem burocracia e com total transparência.

5. Negociação entre pessoas físicas com intermediação financeira

Mesmo em transações diretas entre pessoas (P2P), se houver intermediação de uma plataforma que realize câmbio ou movimentação financeira, o IOF pode ser cobrado. Isso vale mesmo que a operação não envolva uma corretora tradicional.

Como o IOF interfere no planejamento tributário de investidores cripto?

Com a nova alíquota de 3,5%, o IOF passou a ser um ponto de atenção no planejamento de qualquer investidor. Junto a taxas de câmbio e eventuais tarifas das corretoras, ele pode afetar a rentabilidade das operações.

Quando o IOF se torna um custo relevante?

  • Ao operar em plataformas internacionais.
  • Quando há muitas movimentações com câmbio.
  • Ao usar cartões de crédito no exterior para comprar cripto.

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Diferenças entre IOF, IR e outras tributações no mercado cripto

Quando falamos de tributação no mercado cripto, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o IR (Imposto de Renda) possuem aplicações diferentes, mas complementares. 

Enquanto o IOF incide sobre operações que envolvem câmbio, o IR está diretamente ligado aos lucros obtidos com a negociação de criptoativos. Identificar essas diferenças é essencial para evitar surpresas e planejar suas operações de forma eficiente. Confira mais detalhes abaixo:

IOF: Tributação sobre câmbio

Conforme mencionado antes, o IOF se aplica a operações que envolvem moedas estrangeiras, como conversões de reais para dólar ou euro durante transferências para exchanges internacionais.

A alíquota atual é de 3,5% e está vinculada à movimentação financeira, não à negociação diretamente com criptoativos. 

Resumindo, isso significa que compras de criptomoedas feitas com reais, através de corretoras brasileiras, permanecem isentas do IOF. Já o envio de dinheiro para plataformas estrangeiras ou o uso de cartões internacionais para adquirir criptoativos ativa a tributação.

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IR: Tributação sobre ganhos

O Imposto de Renda incide sobre os lucros obtidos na venda de criptoativos, conforme as regras da Receita Federal. Ganhos acima de R$ 35 mil em um único mês estão sujeitos à tributação progressiva, com alíquotas que variam de 15% a 22,5%, dependendo do montante. 

Além disso, todas as posses de criptomoedas precisam ser declaradas no IR anual, independentemente dos valores.

Confira mais detalhes de como declarar criptomoedas no Imposto de Renda da forma correta.

Outras obrigações fiscais no mercado cripto

Além do IOF e do IR, investidores devem ficar atentos a encargos que podem surgir em operações internacionais:

  • Emissão de DARF (Documento de Arrecadação de Receita Federal): Necessário para formalizar o pagamento do IR sobre lucros.
  • Relatórios internacionais: Movimentações com valores acima de R$ 30 mil em exchanges estrangeiras precisam ser reportadas à Receita Federal.
  • Posses no exterior: Ativos digitais mantidos fora do Brasil devem ser declarados corretamente para evitar penalidades fiscais.

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O futuro da tributação sobre cripto: o que esperar?

Com o avanço da regulamentação e o crescimento do uso de criptoativos no Brasil, é esperado que a tributação sobre criptomoedas se torne cada vez mais detalhada e rigorosa.

A Receita Federal deve criar regras mais específicas para acompanhar as operações digitais, incluindo o uso de stablecoins e a movimentação em plataformas descentralizadas. 

Além disso, a chegada do Drex (real digital) e a popularização das moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs) podem facilitar o rastreamento de transações e ampliar a incidência de tributos como o IOF. 

Ou seja, quem investe em cripto deve se preparar para um cenário de maior fiscalização, exigindo mais atenção ao planejamento fiscal e ao uso de plataformas que ofereçam transparência e suporte local.

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A regulamentação pode ampliar a cobrança do IOF?

Sim. Com o avanço da legislação e o interesse do governo em fiscalizar operações digitais, é possível que novas regras sejam criadas para abranger de forma mais direta o mercado cripto.

Especialistas apontam que a alta das alíquotas do IOF pode incentivar o uso de stablecoins como alternativa para evitar o imposto, o que, por sua vez, pressiona o governo a regulamentar essas transações. 

O Banco Central já iniciou discussões para exigir licenças de câmbio de empresas que operam com criptoativos, visando maior controle e arrecadação.

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E o impacto das CBDCs (moedas digitais emitidas por bancos centrais)?

As moedas digitais oficiais, como o Drex, devem reforçar o rastreio de transações e a automação da cobrança de tributos. 

Com mais transparência e integração ao sistema financeiro, a tendência é que o IOF seja aplicado de forma mais ampla e imediata sobre operações que hoje escapam da tributação.

Como se proteger e pagar corretamente o IOF em operações com cripto?

Entender quando o IOF é aplicado é de extrema importância, mas saber como se proteger e manter tudo em conformidade é essencial para evitar dores de cabeça no futuro. 

A seguir, você confere orientações práticas para identificar se sua operação está sujeita ao imposto e como se proteger para pagar corretamente, com segurança e transparência.

Como saber se minha operação está sujeita ao IOF?

  • Verifique se há conversão de moeda (câmbio).
  • Avalie se a transação é realizada com instituições internacionais.
  • Cheque se está utilizando cartão de crédito no exterior.

Quais documentos e comprovantes guardar para fins fiscais?

  • Comprovantes de câmbio.
  • Extratos de corretoras.
  • Comprovantes de envio/recebimento de valores.

Como acompanhar as mudanças na legislação sobre cripto e IOF?

Para se manter por dentro das mudanças na tributação de criptoativos, acompanhar fontes confiáveis faz toda a diferença. O blog do Bitybank oferece conteúdos atualizados sobre o mercado, além de dicas práticas no YouTube e no Instagram oficial (@bitybank).

Como vimos no decorrer deste artigo, o IOF não incide diretamente sobre criptomoedas, mas sim sobre operações financeiras com moeda estrangeira. Por isso, entender quando ele se aplica ajuda a tomar decisões mais estratégicas, reduzir custos e garantir conformidade fiscal.

Se você tem uma empresa e quer pagar, receber ou movimentar valores globalmente com mais agilidade, o Bity Payments pode ser um grande aliado. 

A solução permite transações com stablecoins, liquidação instantânea, melhor preço de mercado e tudo isso diretamente pelo app da Bity, com segurança, praticidade e sem burocracia.

E claro, sempre que possível, conte com o apoio de um contador ou especialista tributário para manter seu planejamento em dia.