O segmento de emissores de cartões, liderado por gigantes como Visa e Mastercard, já incorporam stablecoins como meio de liquidação e fonte de saldo, simplificando custos, acelerando transações e oferecendo mais flexibilidade, tanto em pagamentos internacionais quanto domésticos.
Como funciona a liquidação de cartões em stablecoins
Tradicionalmente, quando um cliente realiza uma compra internacional com cartão, a transação passa por uma cadeia de intermediários (banco emissor, adquirente, bandeira do cartão, câmaras de compensação), gerando atrasos de 1 a 3 dias úteis e custos cambiais elevados.
Com stablecoins, o processo muda:
- A compra é registrada normalmente no terminal do comerciante.
- Em vez de liquidação via redes bancárias, a bandeira ou emissor transfere stablecoins (ex.: USDC) diretamente para o adquirente ou comerciante..
- A conversão para moeda local pode ser imediata, via off-ramp, ou mantida em stablecoins se o recebedor desejar.
Veja o fluxo: pagamento tradicional vs. liquidação com stablecoins abaixo:

Caso real – Visa e Circle
Em 2023, a Visa integrou o USDC (Circle) para liquidação de transações internacionais. O piloto aconteceu primeiro na blockchain Ethereum e foi expandido para Solana, com foco em redução de taxas e aumento da velocidade.
Resultado:
Liquidações em minutos, com custos cambiais e bancários drasticamente menores.
Se as maiores bandeiras de cartões do mundo já estão migrando para stablecoins, por que sua empresa deveria ficar de fora dessa revolução?
Benefícios para emissores, adquirentes e comerciantes
- Eficiência operacional: Redução de etapas intermediárias e simplificação de reconciliações.
- Menores custos cambiais: Conversão cambial pode ser evitada ou otimizada com integração direta a mercados de stablecoins.
- Velocidade de repasse: Comerciantes recebem fundos quase em tempo real, melhorando fluxo de caixa.
- Maior interoperabilidade: Possibilidade de liquidação multimoeda e multichain sem alterar a experiência do consumidor.
Tendências para o futuro dos cartões
- Saldos nativos em stablecoins: Cartões pré-pagos e débito que mantêm saldo diretamente em USDC, USDT ou outras stablecoins, permitindo gasto no mundo todo sem conversão prévia.
- Integração com carteiras digitais: Apple Pay, Google Pay e carteiras Web3 já oferecem pagamento direto com stablecoins armazenadas pelo usuário.
- Expansão para stablecoins reguladas: Uso de ativos emitidos sob marcos legais como o MiCA (UE) para atender requisitos de segurança e transparência.
- Rede de aceitação ampliada: Possibilidade de aceitar stablecoins em milhões de estabelecimentos sem mudanças nos terminais de pagamento (graças à liquidação no back-end).
Insights do mercado: De acordo com dados da McKinsey (empresa americana de consultoria em gestão estratégica), emissores que adotarem stablecoins no back-end, podem capturar até 30% de economia nos custos de liquidação cross-border, além de abrir novas fontes de receita com produtos financeiros inovadores.



