As stablecoins surgiram como uma resposta à volatilidade característica das criptomoedas, oferecendo aos usuários uma reserva de valor mais previsível.
No centro desse modelo está o mecanismo de peg, responsável por manter o valor da stablecoin atrelado a um ativo de referência — geralmente o dólar americano.
No entanto, a estabilidade prometida nem sempre se confirma, e compreender os riscos relacionados ao peg é essencial para navegar com segurança nesse mercado.
- O que são stablecoins e como funcionam
- Tipos de stablecoins e seus modelos de peg
- Como Stablecoins Mantêm Seu Valor Atrelado?
- Riscos Associados às Stablecoins
- Impacto do depegging no ecossistema
- Exames Históricos de Stablecoins
- Uso de stablecoins no comércio e finanças
- Estratégias para mitigar riscos com stablecoins
- Stablecoins dinâmicas e novas propostas de peg
- Informar-se é a melhor defesa contra riscos em stablecoins
O que são stablecoins e como funcionam
Stablecoins são criptoativos criados para manter seu valor estável, atrelado a moedas fiduciárias, commodities ou outros ativos. O peg é justamente esse vínculo de paridade entre a stablecoin e seu ativo de lastro.
Por exemplo, o USDT tem como meta manter o valor de 1:1 com o dólar, sendo amplamente utilizado para proteção em momentos de instabilidade do mercado, como apontado neste artigo sobre volatilidade do mercado cripto.
Essas moedas são particularmente úteis em pagamentos e transferências internacionais, conforme explicado no conteúdo sobre como mandar e receber dinheiro do exterior.
Tipos de stablecoins e seus modelos de peg
As stablecoins se dividem principalmente em dois tipos: colateralizadas e algorítmicas.
As colateralizadas podem ter como garantia:
- Moeda fiduciária, como o próprio dólar, mantendo paridade direta;
- Criptomoedas, usando overcollateralization (colateral excedente) para se proteger de oscilações intensas no mercado;
- Commodities, como o ouro, que servem de base física para dar suporte ao valor do ativo digital.
Já as algorítmicas funcionam sem um lastro físico, utilizando algoritmos que ajustam a oferta e demanda da moeda em circulação. Quando o valor se distancia do peg, os contratos inteligentes automaticamente aumentam ou reduzem a emissão de tokens, equilibrando seu valor de mercado.
O conteúdo sobre tokens inflacionários vs deflacionários aprofunda essa discussão, mostrando como diferentes mecanismos de emissão impactam o controle de valor em stablecoins e outros ativos digitais.
Como Stablecoins Mantêm Seu Valor Atrelado?
Para manter o valor atrelado ao ativo de referência, as stablecoins empregam mecanismos distintos de estabilização, que podem ser agrupados em dois modelos principais: colaterização e algoritmos de ajuste dinâmico.
Como funciona a colateralização em stablecoins
Stablecoins colateralizadas mantêm seu valor atrelado por meio de reservas em ativos reais — como moedas fiduciárias, ouro ou criptomoedas. Para cada token emitido, há um valor correspondente guardado como garantia, o que garante previsibilidade ao investidor.
O modelo reduz o impacto da volatilidade, sendo especialmente útil para operações com alta exposição ao câmbio ou em momentos de instabilidade do mercado. Essa paridade é ainda mais estratégica em cenários com incidência de tributos significativos.
Como detalhado no conteúdo sobre investir em stablecoins com IOF alto e na explicação sobre como o IOF atua no mercado cripto, a colateralização é uma ferramenta eficaz para mitigar custos operacionais em transferências e movimentações financeiras com criptoativos.
Além disso, esse modelo de peg é preferido em operações de alta complexidade, como remessas internacionais feitas por pessoas jurídicas, onde a confiança no lastro direto reduz riscos cambiais e aumenta a previsibilidade das transações.
Esse tipo de colateralização é utilizado por stablecoins como o Tether (USDT), cuja estabilidade depende da transparência e da credibilidade das reservas — fator essencial em cenários de alta movimentação.
Estabilização via algoritmos: como funcionam as stablecoins algorítmicas
As stablecoins algorítmicas adotam uma abordagem automatizada e responsiva para manter sua paridade (peg). Por meio de contratos inteligentes, essas moedas digitais são capazes de ajustar dinamicamente sua oferta com base nas condições do mercado. Seu funcionamento pode ser descrito da seguinte forma:
- Quando o valor da stablecoin cai abaixo do peg: o sistema queima parte dos tokens existentes ou reduz a emissão, diminuindo a oferta e pressionando o valor para cima.
- Quando o valor ultrapassa o peg: novos tokens são emitidos para aumentar a oferta, equilibrando o valor de mercado com o ativo de referência.
Esse modelo algorítmico permite reações mais rápidas às variações de mercado, mas também introduz maior complexidade e risco. Como discutido em análises da Halborn e da Moody’s, o dinamismo dessas soluções exige atenção redobrada por parte dos usuários, uma vez que eventos de depegging podem ocorrer com mais frequência e intensidade em curtos períodos.
Riscos Associados às Stablecoins
Apesar das vantagens que as stablecoins oferecem, existem riscos significativos associados, principalmente no que diz respeito à manutenção de seu peg.
Entender esses riscos é fundamental para qualquer investidor que deseje entrar no mercado de stablecoins.
Riscos Associados ao PEG
Um dos principais riscos das stablecoins é o depegging, quando a paridade se rompe. O caso do UST em 2022 é o exemplo mais emblemático. A falta de lastro real e um colapso na confiança levaram à perda de valor em poucos dias.
Outro exemplo foi o USDC, que passou por instabilidades em março de 2023 após a falência de instituições financeiras ligadas a suas reservas. Esses eventos demonstram que até modelos considerados seguros podem ser afetados por fatores externos, conforme alerta o relatório da Shift Markets.
Vulnerabilidades operacionais e falta de transparência
Stablecoins colateralizadas dependem da confiança nas reservas. Se a empresa emissora não fornece relatórios auditados e independentes, o investidor não tem garantias reais de que o peg será sustentado.
O risco aumenta quando não há regulamentação clara ou supervisão eficaz. De acordo com a análise da Halborn e do estudo da Global Legal Insights, mesmo stablecoins populares estão expostas a fraudes, má gestão e ausência de compliance.
Para quem busca proteção extra, o ideal é verificar se a stablecoin segue boas práticas, como as destacadas neste conteúdo sobre como comprar e armazenar Tether com segurança.
Impacto do depegging no ecossistema
O rompimento do peg afeta mais do que o investidor individual. Plataformas DeFi que dependem de stablecoins para empréstimos e garantias entram em colapso, exchanges perdem liquidez e ocorre fuga de capital.
O colapso do UST abalou o mercado como um todo, sendo um alerta sobre os efeitos sistêmicos de stablecoins mal estruturadas. Essa fragilidade reforça a importância de entender a relação entre adoção institucional e estratégias de investimento, que exigem maior rigor e segurança nos ativos utilizados.
Exames Históricos de Stablecoins
Examinar casos que marcaram a indústria pode ajudar a entender quais fatores contribuem para a instabilidade das stablecoins. Esses exemplos históricos fornecem lições valiosas para investidores e desenvolvimento de projetos futuros.
UST (2022)
O colapso da stablecoin UST em 2022 mostrou como eventos de mercado e especulação podem afetar drasticamente uma criptomoeda.
A combinação de flutuação de valor e a falta de um mecanismo sólido para sustentar o peg resultou em perdas significativas.
O UST era uma stablecoin algorítmica que utilizava um modelo complexo para manter seu valor, mas o pânico do mercado levou a uma crise de confiança que se espalhou rapidamente.
USDC e DAI (2023)
As instabilidades enfrentadas por USDC e DAI em março de 2023, resultantes de questões relacionadas a bancos, destacam como eventos externos podem impactar as stablecoins, mesmo aquelas que têm um suporte robusto.
O impacto do colapso de bancos nos EUA foi uma lição sobre a interconexão entre setores e a fragilidade das reservas escondidas por trás dessas stablecoins.
Ambos os tokens experimentaram flutuações de valor significativas durante esse período de crise.
Uso de stablecoins no comércio e finanças
Apesar dos riscos, as stablecoins continuam sendo essenciais no mercado cripto. Elas são amplamente utilizadas para pagamentos internacionais e como ponte entre moedas fiduciárias e ativos digitais.
Em operações de remessas internacionais para empresas, a estabilidade do peg é fundamental para evitar perdas no câmbio e garantir previsibilidade.
Estratégias para mitigar riscos com stablecoins
Para mitigar riscos ao investir em stablecoins:
- Diversifique: Não concentre todos os fundos em uma única stablecoin. Diversificar reduz o impacto de um eventual depegging.
- Avalie a transparência: Prefira stablecoins com auditorias regulares e boa governança.
- Esteja atento à regulamentação: Mudanças legais podem impactar o funcionamento e a segurança das stablecoins. Veja como o IOF impacta operações com criptoativos.
Stablecoins dinâmicas e novas propostas de peg
O mercado vem experimentando novas formas de manter o peg. Algumas stablecoins adotam sistemas híbridos, misturando lastro em ativos reais com ajustes algorítmicos. Outras exploram colaterais alternativos, como ações tokenizadas ou ativos imobiliários.
Essa expansão de tipos de tokens reflete a evolução da tecnologia e a busca por soluções mais seguras. Além disso, o conteúdo sobre vantagens e desvantagens de usar Tether oferece bons insights sobre como diferentes projetos lidam com estabilidade e transparência.
Informar-se é a melhor defesa contra riscos em stablecoins
Stablecoins têm um papel central na infraestrutura cripto atual. No entanto, a promessa de estabilidade só se confirma quando há confiança no peg.
A educação financeira é fundamental, especialmente quando se trata de tecnologias emergentes. É importante conhecer os riscos e adotar estratégias adequadas, como diversificação, análise da governança e escolha de plataformas seguras.
O Bitybank oferece não apenas uma forma prática de operar stablecoins, mas também conteúdos educativos que ajudam a tomar decisões mais informadas.
Seja para uso cotidiano ou investimento, entender como funciona o peg e como evitar armadilhas pode ser a diferença entre segurança e prejuízo.