Você sabia que stablecoins já movimentam centenas de bilhões mensalmente e agora, além da estabilidade, também podem render automaticamente?
As chamadas yield-bearing stablecoins ou stablecoins com rendimento, estão revolucionando o ecossistema cripto. Elas mantêm a paridade com moedas tradicionais como dólar, euro ou real, mas trazem um diferencial: geram retorno sobre o capital parado, colocando o seu dinheiro para trabalhar sem abrir mão da liquidez e previsibilidade.
Como funcionam as stablecoins com rendimento?
Ao contrário das stablecoins tradicionais, nessas novas versões o emissor ou protocolo investe as reservas em ativos de baixo risco e rendimento previsível, como títulos do Tesouro dos EUA (Treasury Bills) ou fundos de mercado monetário. A receita obtida é automaticamente distribuída aos usuários de duas formas principais:
- Valorização automática do token: O valor unitário do token aumenta proporcionalmente ao rendimento.
- Acréscimo de saldo (rebase): O usuário recebe “mais” stablecoins no saldo, refletindo o rendimento gerado.
Tudo isso é operado por contratos inteligentes, garantindo transparência, auditoria e liquidação on-chain em tempo real. Protocolos como o MakerDAO, por exemplo, fazem esse processo totalmente automatizado com o sDAI.
Exemplos que estão movimentando o mercado
- USDe (Ethena) – Stablecoin sintética que mantém paridade com o dólar, entregando rendimento por meio de estratégias de hedge automatizado e aplicações líquidas.
- sDAI (MakerDAO) – Versão com rendimento do DAI, que aplica reservas em títulos seguros e repassa retorno diário ao usuário.
- USDY (Ondo Finance) – Lastreada em títulos do Tesouro norte-americano, distribuindo rendimento diretamente aos detentores.
- AgUSD (Angle Protocol) –Atrelada a ativos do mundo real (RWAs), integra receitas de reservas tokenizadas.
Vantagens x desvantagens: o que considerar ao adotar stablecoins com rendimento
| Vantagens | Desvantagens |
| O capital ocioso passa a render automaticamente — sem esforço extra. | Pode ser classificada como valor mobiliário, sujeita a regras regulatórias específicas. |
| Atração de investidores institucionais e corporativos que buscam estabilidade e retorno. | Risco de contraparte ligado ao emissor ou protocolo que gere o rendimento. |
| Permite colateralização em DeFi, aumentando oportunidades em pools de liquidez e empréstimos. | Sensível a variações macroeconômicas, como mudanças nas taxas de juros.. |
| Mantém liquidez imediata, mesmo com remuneração embutida. | Pode apresentar uma complexidade técnica maior, desafiando o entendimento de usuários iniciantes. |
Contexto de mercado e tendências
- Tokenização de fundos do mercado monetário: segundo a McKinsey e a BCG, esse segmento pode ultrapassar US$ 500 bilhões em valor tokenizado até 2030, com stablecoins de rendimento puxando esse movimento.
- Confiança institucional:: Protocolos buscam custódia licenciada e auditorias em tempo real para atrair empresas, bancos e fundos.
- Concorrência bancária: Stablecoins com rendimento estão pressionando bancos tradicionais, levando a mudanças no cenário regulatório.
- Destaque em tesourarias corporativas: Relatório Deloitte aponta que essas stablecoins serão fundamentais na gestão de caixa de empresas, pois unem segurança, retorno e eficiência operacional.



